quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Cotadas perdem 3,4 mil milhões em três horas

A bolsa nacional está a afundar mais de 4%, naquela que é a maior desvalorização desde 2002. O pânico causado pela crise no imobiliário levou as cotadas portuguesas a perderem 3,4 mil milhões de euros em apenas três horas. Saiba qual as empresas que mais estão a sofrer com a crise.

O principal índice da bolsa nacional cota nos 12.224,64 pontos com os 20 títulos em queda.

O PSI-20 anula assim mais de metade dos ganhos anuais.

Apesar do dia também estar a ser negro para as outras praças europeias, Lisboa destaca-se pela queda de mais de 4%, uma vez que os restantes índices registam declínios na ordem dos 2%.

Esta madrugada, o australiano Rams Home Loans anunciou que não conseguiu arranjar financiamento para créditos de curta duração denominados em dólares no valor de 6,17 mil milhões de dólares australianos (3,70 mil milhões de euros). O banco vai ter de procurar financiamento de emergência.

Esta notícia voltou a aumentar os receios dos investidores de que a crise do imobiliário norte-americano poderá alastrar-se a todo o mundo, afectando particularmente o sector da banca.

As bolsas asiáticas e australianas sofreram hoje a maior queda no espaço de um ano, uma tendência que rapidamente alastrou-se às restantes praças financeiras na Europa.

E a praça nacional destaca-se na Europa, com o PSI-20 a sser o mais castigado em termos percentuais.

"A bolsa portuguesa foi uma das que mais subiu este ano"e, neste momento, "estamos a ganhar [no ano] o mesmo que a Alemanha. As fortes quedas não se repercutiram nos primeiros dias e, por isso, como o sentimento é de contágio é normal esta queda", explicou Vasco Balixa da OK2deal ao Jornal de Negócios.

O título que mais pressiona é o Banco Comercial Português com uma desvalorização de 4,08% para os 3,29 euros.

A restante banca regista quedas mais moderadas. O banco BPI desliza 0,46% para os 6,48 euros enquanto o Banco Espírito Santo escorrega 2,02% para os 16,02 euros.

A Galp Energia também um dos títulos que mais contribui para a tendência do PSI-20, com uma queda de 8,52% para os 9,56 euros. A petrolífera já afundou mais de 11% numa sessão em que o petróleo perde mais de 2%.

O sector da construção é o que está a ser mais castigado esta manhã. A Mota-Engil perde 11,25% para os 5,52 euros enquanto a Teixeira Duarte afunda 13% para os 2,68 euros. A Soares da Costa desvaloriza 8,48% para os 2,05 euros.

A última vez que o PSI-20 sofreu uma queda tão acentuada foi a 30 de Setembro de 2002, altura em que chegou a afundar quase 7% para terminar a sessão a perder 3,49%. Nesse mês, que coincidiu com as eleições presidenciais no Brasil, os investidores estavam preocupados com a possibilidade do Brasil entrar em incumprimento. A Portugal Telecom, uma das empresas portuguesas mais expostas a esse mercado, sofreu uma desvalorização de 7,5%.

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